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A mostrar mensagens de novembro, 2016

Ainda se caçam Pokemons?

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Escrevi num post anterior que, quando passei por França, no mês de agosto, só se falava de dois assuntos, nos telejornais: o problema do burkini e a polémica da caça aos Pokemons. Não que alguém quisesse impedir esse singular desporto da era digital. Falei com vários jovens sobre o assunto e todos me declaravam enfaticamente que era muito saudável caçar Pokemons porque os fazia caminhar quilómetros e interagir com outros caçadores. Aceito o argumento, embora me pareça que era a mesma coisa se corressem na marginal ou andassem de bicicleta... Nas noites quentes de verão, encontravam-se às centenas por Lisboa, desde Belém até ao Parque das Nações. Os caçadores de Pokemons eram facilmente reconhecíveis. Caminhavam geralmente em grupos, todos mais interessados nos seus telemóveis do que na conversa com o vizinho do lado. De vez em quando, agrupavam-se em certos locais: parece que aí havia mais pokemons à solta, ou ginásios para os ditos fazerem qualquer coisa que nunca percebi be

A minha liberdade condicional

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Eu não sabia, mas cometi um crime: estou doente. Desenvolvi uma tendinite no ombro direito que me tem dado muito que fazer! Depois de meses a tentar conciliar as aulas com os tratamentos, a correr para não deixar nada para trás, a dormir mal com as dores e com a ansiedade, a minha médica disse: Basta! E pôs-me de baixa. Veredito: braço em repouso e fisioterapia, de preferência, diária. A baixa médica transformou-me logo num suspeito, aos olhos do Estado. A nossa elite legisladora, que sabe bem como contorna a lei quando lhe dá jeito, julga-nos a todos pelo seu próprio exemplo. Daí a suspeição! Eu podia utilizar a pequena fortuna com que o Estado me remunera mensalmente (especialmente em situação de baixa) para, por exemplo, ir apanhar sol para a República Dominicana, ou, pelo menos, para deambular pelos centros comerciais, a comprar as prendas de Natal... Sendo suspeita de defraudar o meu empregador, sou sujeita a uma medida de coacção: termo de identificação e residência. Medida

A viagem de balão que eu (não) fiz...

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Terminou neste fim de semana o 20.º Festival de Balões de Ar Quente, que pôs, mais uma vez, dezenas de balões a colorir os céus do Alentejo. É sempre um espetáculo magnífico e eu lá rumei até terras alentejanas, para voar ou, simplesmente, apreciar as vistas... Os anúncios do festival declaravam " Para os mais destemidos, há viagens diárias e gratuitas em balões de ar quente, que permitem assistir ao brilho do nascer e pôr-do-sol e desfrutar das paisagens da planície alentejana. Só têm de estar nas tendas dos “meeting points” às 6h30 ou às 14h45, tendo em atenção que há vagas limitadas." Eu não me sentia com muita coragem para essas esperas, mas os anúncios falavam também de vouchers, com voos garantidos. Como tenho amigos no Alentejo, pedi para me comprarem os vouchers. E paguei-os de boa vontade, já que eram vendidos pelos bombeiros e o seu valor revertia para as suas corporações. E, no sábado, lá fomos para o Alentejo! Às 14h e 30, a fila já começava a formar-

O caos em Lisboa

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Este início do ano letivo, que corresponde também ao final das férias para muitos portugueses, tem sido especialmente penoso para os lisboetas. As obras em várias zonas da cidade, assim como a degradação do serviço público de transportes, tem trazido o desespero e uma fúria resignada a todos os que têm de se deslocar para trabalhar ou fazer qualquer outra coisa na capital. Já se tem ouvido falar dos problemas do metropolitano de Lisboa. Não os entendo bem. Nos últimos anos, havia greves dos trabalhadores do metro semana sim, semana não, alegadamente em defesa de um melhor serviço para os passageiros; e, no entanto, tudo parecia funcionar bastante bem. Agora, a situação é caótica mas não se ouvem protestos. Será que o serviço está melhor? Parece-me bem que não! Não me lembro de chegar à linha azul e ver que o próximo comboio só parte dali a vinte minutos. Esperas de quinze, dezassete minutos tornaram-se vulgares. O resultado é evidente: estações cheias e comboios apinhados.