Quem matou as princesas da minha infância?



Eram todas lindas e inocentes. Loiras ou morenas, europeias, índias ou cheias de encanto oriental, sofriam os mais horríveis tormentos, eram abandonadas, maltratadas, humilhadas, sempre sem um pensamento de vingança. No final, a sua bondade, beleza e inocência acabavam por levar a melhor sobre a maldade do mundo que as rodeava. Encontravam um principe, ou um sapo charmoso, e viviam felizes para o resto da vida. E nós também iamos felizes para a cama. Eram as princesas da Disney.
A Branca de Neve e a Cinderela, a Mulan e a Pocahontas. Acompanharam a infância e os sonhos de gerações de meninas, desde a minha mãe à munha filha. As princesas da Disney eram as nossas heroínas e os nossos modelos.
Descobri há pouco tempo que um artista plástico decidiu pegar nessas fantásticas princesas da nossa infância e transformá-las em personagens eróticas. Eu sei, eu sei: há fetiches de todo o estilo e feitio e isto já não é novidade. Mas, até agora, não era arte. E eu senti-me verdadeiramente ultrajada por esta nova abordagem.
As princesas da Disney representavam o que havia de mais puro e inocente. Não gostei nada de ver a Branca de Neve de cuequinhas provocantes ou a Pocahontas em roupa interior insinuante. Senti-me chocada, como se a minha própria infância tivesse sido conspurcada.
A nossa sociedade e a nossa cultura são altamente sexuadas e o sexo, explícito ou implícito, está em todo o lado. Vivemos bem com isso, já estamos todos habituados. Mas algumas coisas podem ficar de fora, não? Para quê matar as princesas da minha infância?

Comentários

  1. Disney e os nossos momentos de felicidade deviam merecer mais respeito !

    Um beijo.

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  2. Além do que falas, há ainda a acrescentar o facto de dizerem que os desenhos animados da nossa infância eram violentos. "Pelise"!!!

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    1. Pois, comparados com algumas coisas que os miúdos vêem hoje...

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  3. Olá, Teresa

    Contente por reencontrá-la. :)
    As princesas desses contos eram uma espécie de património que nos pertencia, não é? Penso que já está tudo inventado e as pessoas não fazem mais do que repetir-se e mexer, bem ou mal, no que já existe.
    Bj
    Olinda

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    1. Olá Olinda
      Eu acho que ainda se pode inventar muita coisa. Há outras coisas que bem podem ficar como estavam. Era o nosso património de infância, sim.
      Bjs

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  4. Eheh ninguém as matou, apenas as despiram :P Achei imensa graça, não me chocou nada :) E mais fã da disney que eu não há. Mas percebo.te perfeitamente ;)
    Só agora reparei que voltaste a escrever e que a pausa no blogue terminou (também eu estive em pausa...). Fiquei contente!

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