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A mostrar mensagens de março, 2013

Ainda a propósito do Dia Internacional da Felicidade...

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... encontrei esta parede, num pequeno restaurante junto da estação de Santa Apolónia.

As notícias e a felicidade

Ontem foi o Dia Internacional da Felicidade. Não dei muito por isso, tive a felicidade de estar a trabalhar durante o dia inteiro. No entanto, vi as notícias que passavam em rodapé na televisão, à noite, e lá estava a passagem para o regime de mobilidade dos milhares de professores com horário zero. Nos transportes públicos, que são uma espécie de veículo da vox populi, ouvem-se as pessoas a fazerem comentários sobre os professores que estão a receber sem trabalharem. Compreendo essas opiniões, são o resultado da pressão demagógica do sistema político, mas são injustas. A maioria desses professores perdeu o seu horário de trabalho devido à reorganização dos currículos escolares, à formação dos mega agrupamentos, ou, pura e simplesmente, à extinção das disciplinas que lecionavam. I have a dream , disse Martin Luther King. Eu também tive um sonho, pelo qual me bati durante muitos anos: uma escola em que as matérias estruturantes (que não são apenas a matemática e a língua mãe) fossem

Receita-me um livro?

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Há algum tempo atrás, José Eduardo Agualusa apresentou-nos a Dona Aurora, uma velha conhecedora de mezinhas e magias, que receitava poesias. Digamos que ela conhecia a magia da poesia! E, para os males do corpo, mas principalmente do espírito, a Dona Aurora receitava poemas, de Camões a Drummond de Andrade, com a respetiva posologia: este era para ser murmurado ao ar livre, outro para ser sussurrado ao ouvido, e por aí fora... Francisco José Viegas relembra-nos Sinouhe, o médico e espião do faraó, (criado por Mika Waltari), cujo pai acreditava nas virtudes terapêuticas das palavras.  Podia continuar a dar exemplos. A verdade é que esta ideia fez o seu caminho e o insuspeito Serviço de Saúde de Inglaterra parece ser o exemplo mais recente. Acaba de criar o programa "Books on Prescription", em parceria com a Reading Agency e a Associação Britânica de Bibliotecários e, a partir do próximo mês de maio, os médicos podem passar uma receita original: a leitura de um livro!

Fumos e neve

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Hoje saiu fumo branco da chaminé da Capela Sistina. Creio que também saiu fumo (não sei de que cores!) da minha cabeça, quando acabei de corrigir os últimos testes deste segundo período letivo. Os meus neurónios ficaram entupidos de erros avulsos sobre a cultura grega ou as ditaduras dos anos 30. Tão entupidos que tenho a certeza que também soltaram algum fumo! Não houve milhões de pessoas a assistir ou a aplaudir, mas foi a minha pequena vitória. A partir de amanhã, a guerra é outra: avaliações, grelhas, planos, registos diversos (e todos mais ou menos igualmente inúteis!). Mas, para já, preciso de poesia, palavras que me lavem o espírito. Hoje, é dia de Alberto Caeiro... A Neve A NEVE PÔS uma toalha calada sobre tudo.  Não se sente senão o que se passa dentro de casa.  Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.  Sinto um gozo de animal e vagamente penso,  E adormeço sem menos utilidade que todas as ações do mundo.  Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

Histórias da divisão azul

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Tenho sempre pouco tempo disponível e milhentas coisas para fazer. E, por isso, os livros e as revistas acumulam-se à espera da minha atenção. Foi assim que só há dias li um artigo, publicado na revista "Visão", sobre os soldados portugueses que combateram ao lado dos exércitos nazis na 2.ª Guerra Mundial, integrados na chamada Divisão Azul. O artigo surgiu a propósito da apresentação de um livro do historiador Ricardo Silva, que desde há anos investiga este tema nos arquivos espanhóis. A Divisão Azul foi criada quando da invasão da União Soviética pela Alemanha nazi, em 1941. Segundo parece, o embaixador alemão teria sondado Salazar no sentido da formação de uma força militar que ajudasse ao esforço anti-comunista, ao que Salazar teria respondido evasivamente. Já Franco, na nossa vizinha Espanha, viu-se compelido a pagar a ajuda nazi durante a Guerra Civil, mesmo mantendo-se neutral. E é assim que surge a Divisão Azul, que irá integrar cerca de 150 combatentes portug