A grande queima de livros

Não tenho o hábito de tratar aqui de efemérides, há blogs que o fazem muito melhor do que eu. Mas, hoje, passam 76 anos sobre um episódio que não podemos esquecer. No dia 10 de Maio de 1933, na Alemanha recém mergulhada no nazismo, foram queimados cerca de 25 mil livros, considerados perigosos ou susceptíveis de distrair das suas obrigações o "homem novo" que Hitler pretendia construir. Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Reich, afirmava que era necessário eliminar a má influência que a literatura podia exercer. Era necessário extirpar o socialismo e o bolchevismo, o judaísmo e o pacifismo, o cosmopolitismo e o liberalismo em geral. Organizou-se uma lista de livros a destruir, que englobava obras literárias, ciências, filosofia. Foram as próprias organizações estudantis do regime que se encarregaram de procurar nas estantes tudo o que lhes parecia "não-alemão", enfiando os livros em camiões a caminho da incineração. O grande acto de fé ideológico, a fazer lembrar Savonarolas e Calvinos de outras eras, e a preconizar outros que se lhe seguiriam no século XX, realizou-se em Berlim, a capital, na Operaplatz. Arderam obras de Freud, Marx, Einstein, Remarque, Brecht, e tantos outros. Heinrich Heine, poeta e judeu, que também viu as suas obras lançadas na fogueira da intolerância, afirmou: "Onde começam a queimar livros, terminam a queimar homens." E assim foi.

(Imagens da grande queima de livros em Berlim)

Comentários

  1. Será certamente mais um lindo livro dele.Boa diaca!beijos,tudo de bom,chica

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