Os voluntários do canil


É no meio da crise que mais apetece olhar à volta e procurar coisas positivas que nos dêem vontade de continuar. Hoje, vou falar de uma delas.
Aqui em Alcochete há um canil municipal. Sobrevive com algum apoio da Câmara Municipal e muita dedicação e carinho da funcionária responsável e de um grupo de voluntários. A maioria desses voluntários são adolescentes, entre os catorze e os dezasseis anos, que dedicam algum do seu tempo ao canil: ajudam nas tarefas diárias, procuram angariar fundos para os gastos com os cuidados veterinários, passeiam os cães (um dos problemas dos canis é a falta de exercício a que os cães são forçados) e, acima de tudo, dão-lhes atenção e afecto. Alguns dos voluntários têm estado a fazer uma aprendizagem de treino canino, utilizando cães do canil, para mostrar às pessoas em geral que qualquer cão, mesmo um rafeiro abandonado, pode aprender e ser um bom companheiro.
Hoje fizeram uma apresentação no centro de Alcochete. Tanto os cães como os miúdos se portaram muito bem e deram uma lição de cidadania a quem a quis entender. Há quem diga que um país se define pelo modo como aí se tratam os animais. Portugal tem muitos maus exemplos. Mas, enquanto tiver adolescentes que dão voluntariamente o seu tempo, trabalho e carinho a um canil, ainda podemos ter esperança.

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